Na última quarta-feira, o reitor da Universidade de Itaúna, professor Faiçal David Freire Chequer, a convite da Procuradoria Geral de Justiça, através do diretor geral do Centro de Aperfeiçoamento do Ministério Público de Minas Gerais, falou aos novos promotores, quando deu um testemunho de sua atuação por mais de 27 anos como promotor de justiça em diversas Comarcas do Estado de Minas, fazendo um paralelo entre o que chamou de “antigo” e “novo” Ministério Público.
A seguir, o promotor Faiçal enfatizou o atual descaso da sociedade, de alguns membros do Ministério Público e da Magistratura com os mais elementares direitos fundamentais das vítimas.
Disse o palestrante aos promotores: “por mais que me esforce, não consigo entender como o Ministério Público, o Judiciário e a sociedade, através de alguns de seus integrantes, não elejam os direitos humanos das vítimas, numa escala de prioridades, muito acima dos direitos humanos daqueles que delinquem, pois a dor, o sofrimento, as lágrimas, a orfandade, a viuvez, a honra dilacerada estão com as vítimas e seus familiares, não com aqueles que assaltam, matam, furtam, estupram e praticam outras infrações penais.”
Outro ponto que chamou atenção dos promotores presentes ao evento foi o relativo à descriminalização do usuário de drogas, pois o palestrante, citando direito comparado, procurou demonstrar que é o usuário que difunde e propaga o vício, fomentando o tráfico e enriquecendo os traficantes.
Finalizando sua palestra, o promotor de justiça e reitor da Universidade de Itaúna deixou uma mensagem aos novos promotores, sugerindo uma releitura de alguns itens do conhecido Decálogo do Promotor de Justiça, particularmente no sentido de que “fosse substituído em vários de seus itens o termo DIREITO por JUSTIÇA, por ser essa última, como já dizia Platão, o BEM MAIOR.”