A Universidade de Macau está sendo muito bem usada, pela China, como ponte para investimentos em países de língua portuguesa – em África, Europa, e Ásia (Goa).
Esta foi a terceira vez em que lá estive (1997, 2011 e 2013 ), mas não sou a única da UIT a ter feito mais de uma vez a longa viagem – também nosso Reitor já lá esteve, creio eu, mais de uma vez… Desta vez fui convidada pela Profa. Dan Wei (um dínamo nas relações Brasil/China), primeira chinesa a defender, em português, tese de doutorado na Universidade de Coimbra) para uma conferência que teve como tema geral “O Sistema Jurídico Romanístico e Macau – plataforma entre o Direito Próprio e Direito Comum entre China, Europa Continental e América Latina”.
Uma fundação italiana foi uma das grandes financiadoras (depois de Marco Polo, a Itália também redescobre a China…), mas os portugueses e eu fomos financiados por uma Fundação de Macau.
Em minha última visita, a grande presença era Portuguesa; desta vez, sem dúvida, Italiana (com representantes – um por país – de Argentina, Brasil, Chile e Perú) – e Professores vindos de todas as principais universidades chinesas (Macau é território especial, sob administração autônoma, e os chineses da China Continental precisam de passaporte para lá entrar).
Foi muito interessante ouvir professores chineses dizerem que a China muda seu modelo de desenvolvimento (e isso ficou constatado com os resultados da reunião do Partido Comunista na semana passada) e precisa criar um ordenamento jurídico moderno que responda a esse desafio.
Direito Romano não é minha área, mas falei sobre “Governança Global e Desenvolvimento Sustentável: novos temas, que exigem um novo tipo de juristas?”, um tema que me é muito caro (mas também dei uma aula aberta a alunos do Mestrado e Doutorado, em inglês, que foi muito interessante, vide foto) – na mesma mesa que o Professor Jorge Bacelar Gouveia, catedrático da Universidade Nova de Lisboa, falou sobre “A Formação e o Papel do Jurista numa Globalização Sustentável – o contributo do Direito Constitucional” e o Professor Gao Fuping, Diretor do Instituto da Propriedade Intelectual da China, falou sobre “De Quais Juristas Necessita a China Contemporânea?”.
O primeiro fruto, para a UIT, será a palestra do Professor Jorge Bacelar aqui – na manhã do dia 20 de novembro. Esperemos outros!
Professora Susana Camargo Vieira